São precisos mais jovens na pintura. Com o “Concurso Melhor Pintor do Ano”, a R-M quer encontrar e dar a conhecer os melhores, trazendo-lhes reconhecimento e sensibilizando quem está de fora a abraçar a profissão. Guadalajara recebeu quatro jovens portugueses e elegeu um vencedor, que defenderá Portugal na final mundial da competição.
“A pintura é a arte dentro da oficina”. A frase é de José Ortega García, chefe do suporte de vendas da BASF Coatings, e será uma das melhores formas de resumir o espírito que se viveu na primeira final portuguesa do concurso Pintor do Ano da R-M.
Desde o início da década de 2000 que se realiza este concurso, destinado a eleger os melhores pintores de entre o universo de clientes da R-M.
Em cada um dos mercados onde a marca está presente realizam-se finais nacionais.
Pela primeira vez, e como reconhecimento da importância crescente da implementação da R-M no mercado português, disputou-se uma vaga nos melhores do mundo entre quatro jovens portugueses.
Ditam as regras que os participantes não podem ter mais de 30 anos, devem trabalhar com os produtos da R-M, e serem bons no que fazem. Foi assim que o Joel, o Orlando, o Ricardo e o Sérgio chegaram a Guadalajara, nos arredores de Madrid, onde fica a sede da principal fábrica da BASF Coatings na Península Ibérica.
Objetivo: mais jovens a pintar
Para além de um forte momento de comunicação corporativa, esta iniciativa tem propósitos práticos tendo em vista o futuro do setor da pintura. Victor Videira, Diretor da R-M em Portugal, explica-nos o porquê do seu empenho pessoal na realização deste evento em exclusivo para os profissionais portugueses: “A ideia é assegurar a presença do nosso país na final mundial, onde participar é sinónimo de enriquecimento profissional e, ganhando-se ou não, é quase certo que a vida de todos os que participam nunca mais será a mesma”, esclarece.
E concretiza: “Há cada vez menos jovens a dedicar-se a este ofício, e esta é uma questão cultural que temos de tentar modificar, sob pena de perdermos muita qualidade na mão-de-obra. Eventos como este são também importantes para mostrar a técnica necessária para se ser pintor, e combater um pouco aquela ideia ultrapassada de um trabalho sujo e desqualificado”, sustenta ainda o responsável.
O Concurso de Melhor Pintor do Ano da R-M procura “não só descobrir como potenciar os melhores”, diz-nos Vítor Santos, responsável técnico em Portugal. Quer para quem chega à final mundial – que decorre a cada dois anos – quer para quem se fica pela participação no concurso nacional, “tudo muda, na medida em que se abrem novas perspetivas profissionais”.
As provas e a avaliação
Os participantes deste concurso estavam, à partida, familiarizados com os índices de segurança e de exigência, uma vez que todos eles são utilizadores dos produtos da marca. Mais difícil foi lidar com “o tempo e com a avaliação constante de todos os passos”, segundo a opinião unânime dos finalistas deste ano.
Todo o conceito do concurso é, segundo Vítor Santos, pensado para “simular situações reais”. Assim, enquanto parte dos participantes está efetivamente a aplicar tinta, outra está a exercitar as suas percepções de cor e a exercitar a sua visão e a sua memória.
Neste último caso, os jovens vão avaliados pelas suas capacidades de distinguir, encontrar e memorizar as cores, bem como de selecionar corretamente cada variação de cor dentro do círculo cromático.
No primeiro dos casos, são dadas aos participantes duas horas para lixar e aplicar tinta a uma peça automóvel, e nas quais são analisados ao pormenor todos os passos e processos. Conforme nos contava Vítor Santos, o júri é “exigente e valoriza muito a correta aplicação de todos os passos, e a soma dos quais ditam o vencedor”. Para além disso, a “gestão do tempo” e a “tranquilidade sob pressão” dizem também muito aos jurados sobre quem tem “estaleca” para estar na final das finais.
As recompensas
A este respeito, os vários responsáveis da BASF Coatings e da R-M com quem falámos uniram-se em torno da mesma ideia: a vida nunca mais será como dantes para os finalistas deste concurso. Todos eles têm a oportunidade de dar a conhecer as suas valências profissionais diretamente aos responsáveis técnicos da marca mãe, e isso, não raras vezes, prova-se decisivo: “Muitos dos concorrentes, em especial os vencedores, recebem depois convites da R-M para passarem a trabalhar dentro da nossa organização”, esclarece Vítor Santos, antes de reforçar que “a esta fase só chegam de facto os melhores, por isso entre vencedores e vencidos as diferenças são quase sempre mínimas, pelo que é dada atenção a todos eles”.
Quanto à final mundial, os factos mantêm-se e assumem outra dimensão: “Quem vence a final internacional, cujas provas aumentam em dificuldade, prova que tem qualidade para trabalhar em qualquer um dos grandes mercados nesta área, e isso não passa ao lado de quem manda”, assume ainda Vítor Santos.
A BASF em Clemont
É aqui que se vai realizar a grande final mundial deste concurso, com participantes de todos os continentes. A fábrica local foi recentemente indicada como a mais bem equipada em todo o mundo, com equipamentos e instalações de nível tecnológico muito avançado.
E o vencedor foi…
Joel Rodrigues foi o grande vencedor, que vai representar Portugal na final mundial em França, lá mais para o final do ano. Para o portuense, as grandes dificuldades estiveram “no stress de estar a ser observado, e no facto de estarmos fora do nosso habitat e não sabermos exactamente onde estão as ferramentas necessárias para trabalhar”. De resto, Joel afirma que “o tempo é suficiente e é precisa muita concentração”.
Apesar disso, quando lhe perguntámos sobre a presença na final mundial, Joel respondeu com humor que “nem quer pensar nisso”.