Foram apresentados os dados relativos aos consumos de combustíveis em Portugal para o período entre Abril e Junho, com a Apetro a divulgar a forma como o mercado se comportou relativamente aos trimestres anterior e homólogo. Em relação aos primeiros três meses deste ano verifica-se um aumento nos consumos de todos os combustíveis, com uma variação significativa no caso do GPL. No entanto, da subida de 27,6% registada, apenas 4,1% correspondem ao GPL Auto, com o aumento da procura a estar intimamente ligado à utilização do mesmo na indústria petroquímica.
No que se refere aos valores praticados nos mercados internacionais, houve uma tendência para que eles fossem maiores no Brent e na gasolina, com uma tendência inversa para o gasóleo. Estes valores refletiram-se depois nos preços de venda aos consumidores, tanto quando houve aumento como descida.
No segundo trimestre o PVP da gasolina 95 aumentou 1,9% para 1.572€, enquanto o gasóleo viu uma redução de 1,5% para 1,332€. Os preços praticados para o GPL foram também menores, com uma descida de 4,1% para 0,739€, especialmente influenciados pelo valor pago nos mercados internacionais. A Apetro revela também que a fatia correspondente ao armazenamento, distribuição e comercialização foi menor nos dois combustíveis mais utilizados em Portugal, algo que se verifica igualmente no valor da incorporação do biodiesel no gasóleo.
No entanto a carga fiscal permanece como a maior parcela paga pelos consumidores finais, representando 56% na gasolina e 46% no gasóleo. Depois surge o valor de aquisição destes produtos à saída da refinaria. No caso do GPL verifica-se uma carga fiscal menor, correspondente a apenas 35% do preço final. Ainda assim este continua a ser o maior custo no preço final, embora pouco superior aos 34% do armazenamento, distribuição e comercialização, inflacionados em relação aos outros combustíveis devido à maior complexidade de transporte e para guardar este derivado do petróleo.
Em comparação com Espanha e com os restantes países da União Europeia verificamos que o nosso país compra os combustíveis mais caros do que a média do espaço comunitário, mas inferiores aos nossos vizinhos. No entanto do outro lado da fronteira os preços finais mostram uma tendência inversa e acabam por ser menores, com a diferença a ser de aproximadamente 15 cêntimos por litro. No caso do gasóleo o custo final para os consumidores é praticamente igual nos dois países da Península Ibérica, mas significativamente inferiores (50 cent/litro) que na média do espaço europeu. No caso do GPL houve uma descida progressiva dos preços ao longo do segundo trimestre, sendo de momento mais vantajoso adquirir este combustível em Portugal do que na Espanha ou, em média, nos outros países da União Europeia.