As oficinas e o crédito – Benefícios da mudança


Data: 23 Janeiro, 2017

Os números não mentem. No que toca ao crédito especializado, o setor automóvel já pesa 50% dos empréstimos pedidos. Mas desengane-se quem pensa que este crédito é apenas direcionado à aquisição de viaturas. Não é raro oficinas oferecerem também crédito para clientes que desejam adquirir serviços no aftermarket.

A Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) ainda recentemente assinou um protocolo com a Caixa de Crédito Agrícola que possibilita aos seus associados cederem crédito aos clientes na aquisição dos seus serviços. Contudo, é sempre útil que as oficinas (que são apenas intermediários no fornecimento de crédito) procurem novos parceiros na atribuição de crédito. Só assim estimulam a concorrência e conseguem vantagens negociais.

Assim sendo, como se pode ver, não é só ao consumidor final que interessa conseguir a melhor oferta junto das instituições financeiras. A quem oferece serviços de manutenção também interessa averiguar no mercado quais bancos estão com produtos mais vantajosos. Mas aqui enfrenta-se um problema comum no mercado nacional.
Quem contrata um serviço junto a uma instituição financeira, seja ele o consumidor final ou o fornecedor é muitas vezes demasiado leal à mesma e evita mudanças.

Há várias razões para isto suceder: pode até ser que, pela antiguidade, a oficina tenha desenvolvido uma relação com a instituição em causa que lhe permita aceder a benefícios que de outra forma não conseguiria. Pode conseguir, por exemplo, taxas de juro mais atrativas para oferecer aos clientes que a procuram. Mas, em outras ocasiões não menos raras, tal deve-se a puro comodismo. Fazer prospeção de mercado dá trabalho, pode levar tempo, mas muitas vezes encontra-se mesmo um produto melhor e, dessa forma, conseguem-se poupanças que são fulcrais para o negócio. Os benefícios justificam inteiramente o tempo investido.

Pode-se dizer que já não há razão para que não se consiga aferir facilmente o estado do mercado no que toca ao crédito no setor automóvel. Tomando-se como referência as taxas oferecidas pelos bancos para o consumidor final, pode-se perceber que instituições estão a tentar ganhar quota de mercado neste setor ao oferecer taxas mais competitivas. De seguida, é só comparar o que paga junto da atual instituição e ver se compensa mudar de parceiro comercial. Para isso podem ser usadas como referência as plataformas de comparação de crédito online.

Outra dica: e porque não pensar mais além? Uma vez que se celebram parcerias com instituições de crédito para servirem de intermediárias, porque não pensam as oficinas em alargar esta colaboração para cartões de crédito? Ora vejamos: muitos bancos já oferecem, aos clientes que adquirem os seus cartões, descontos em gasolina e outros serviços. Porque não alargar estes mesmos descontos a uma rede de oficinas? Sempre que o cliente adquirisse um serviço com esse cartão naquela oficina conseguiria um preço mais em conta. Observa-se aqui uma parceria (inexplorada) com uma clara componente vantajosa para ambos os lados: as instituições tinham mais uma vantagem para oferecer aos clientes e as oficinas mais uma forma de fidelizar consumidores.

Numa altura em que os portugueses estão a adquirir mais veículos (o crédito especializado para o setor automóvel cresceu 27% em abril), é importante que os agentes desta indústria comecem a oferecer serviços mais competitivos. O facto de conseguirem, junto das instituições de crédito, parcerias para crédito competitivo no setor da manutenção automóvel pode ser diferenciador.

Além de ser útil para o cliente (por vezes, para fazer face aos custos do arranjo da viatura, tem mesmo que se recorrer a crédito), importa que o faça a preços vantajosos para ganhar quota de mercado. E, como em todas as indústrias, só há uma maneira de o conseguir. Pesquisar, comparar e encontrar o melhor parceiro. Dá trabalho, sim. Mas no fim compensará.

 

Por: Sérgio Pereira

Diretor geral da plataforma gratuita de simulação de produtos financeiros ComparaJá.pt

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