Os óleos nas grandes superfícies


Data: 3 Março, 2014

Este mês dedicamos o nosso dossier aos lubrificantes, uma das áreas de negócio com mais concorrência no setor automóvel, também por ser uma das operações mais rotineiras e vitais da manutenção automóvel. O número de litros consumidos baixou bastante ao longo dos últimos anos, não só pela crise e por circularem menos carros n a estrada (e percorrerem menos quilómetros), mas também pela própria evolução dos motores: intervalos de manutenção mais espaçados e cárteres mais pequenos. O reverso da medalha é que os óleos de motor são cada vez mais complexos, tecnológicos e feitos à medida de cada motor. O aumento da sua complexidade leva, naturalmente, a que o conhecimento do consumidor final seja inferior e, mesmo nas oficinas, é preciso estar sempre bem (in)formado para estar a par de todas as novidades e, especialmente, saber porque é que tem que ser aquele óleo com determinadas especificações e não outro. Esta é a principal razão para que seja difícil entender como podem este tipo de lubrificantes ser vendidos em grandes superfícies, que não têm a mínima informação ou conhecimento para explicar os produtos aos clientes. Não é difícil perceber os erros em que podemos incorrer. Basta chegar a um hipermercado e pergunta r a um funcionário sobre as características de um determinado óleo. As respostas vão do absurdo até ao dramático. E todos os que nos lêem sabem bem os danos que um motor pode ter com um óleo mal escolhido. Pode dizer-se que é um risco que o consumidor final corre se preferir comprar num hipermercado mas parece-me que esse é um risco demasiado perigoso para que a legislação lave daí as suas mãos. E esse risco, além de mecânico é também ambiental. Todas as oficinas em Portugal são obrigadas a cuidados muito específicos com os óleos usados que retiram dos carros. Esses óleos são armazenados e depois encaminhados para a respetiva entidade gestora para que não exista qualquer risco para a saúde pública nem par a o ambiente. As multas são avultadas para as oficinas que não cumpram as regras. E nos hipermercados? É verdade que na zona dos lubrificantes há cartazes afixados sobre a recolha de óleos e que podem ser entregues naquele estabelecimento. Mas não há uma estrutura montada nem sequer um controlo. Portanto, uma boa parte dos óleos usados produzidos em Portugal ninguém sabe para onde vai e isso é grave. Muito grave.

– Esta edição marca o arranque de um plano ambicioso de eventos que a TURBO OFICINA vai organizar ao longo dos próximos meses. Como sempre, preferimos inovar e fazer coisas que nunca foram feitas, contando para isso com todos os atores do mercado. Peçam mais informações sobre a primeira grande edição do Dia do Aftermarket, que vai valer muito a pena!

 

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