Autopromotec.“As feiras são cada vez mais fundamentais para o setor”


Data: 30 Maio, 2013

Entre os dias 22 e 26 de Maio decorreu uma das principais feiras de aftermarket da Europa. Em Bolonha, marcaram encontro entre as mais recentes novidades das marcas e a apetência por novos produtos por parte dos clientes. A Turbo Oficina esteve lá e publica a entrevista concedida em exclusivo por Emanuele Vicentini, responsável pela feira, antes desta abrir portas.

Qual a importância da Autopromotec para o setor do aftermarket?

A Autopromotec é a feira internacional mais especializada para os setores dos equipamentos e dos produtos de aftermarket e este ano celebramos a 25ª edição. Ao longo da sua vasta história, a Autopromotec soube acompanhar o ritmo do crescimento tecnológico e profissional da indústria automóvel e representa hoje a feira mais importante para o contacto direto entre fabricantes e clientes. A feira é reconhecida internacionalmente como uma plataforma de apresentação das mais recentes tecnologias e inovações, o que garante boas oportunidades de negócio, também graças às muitas iniciativas que oferecemos. Em 2011 os expositores vieram de 50 diferentes países e os visitantes vieram dos quatro cantos do mundo. Além disso, é um certame que aplica muitas informações das associações do setor para ir ao encontro das necessidades das empresas e dos profissionais do setor.

A crise dos países do Sul da Europa como Itália, Espanha ou Portugal fez com que tivessem que alterar alguma coisa na vossa estratégia?

Hoje é visível que a procura por uma boa feira profissional aumenta quando as condições económicas são mais duras. O nosso setor vive, regra geral, em contraciclo e quando as vendas de carros novos baixam isso faz com que o negócio no aftermarket aumente. Além disso, estes momentos encorajam as empresas a procurar novos negócios e as feiras são o sítio certo para explorar novas oportunidades.

Sendo um player do setor, como analisa o atual estado do aftermaket na Europa?

É claro que a situação económica atual causa incerteza, mas uma vez que a Autopromotec é uma feira com um perspectiva mundial e os seus visitantes e expositores vêm de todo o mundo, a feira não será afetada pela crise. Trabalhámos para organizar algumas comitivas de países cruciais que vão visitar a Autopromotec, como compradores, membros de associações do sector e jornalistas. As feiras tambem sofreram algumas mudanças graças à crise e se uma empresa quiser ser competitiva é fundamental que esteja presente num local onde todos os profissionais sabem que podem conhecer os interlocutores certos e expandir a sua rede de negócio e de contactos.

Acredita que o negócio na feira vai aumentar este ano? Quais são as previsões em comparação com a última edição?

Estamos a trabalhar não só para manter como também para aumentar os bons valores que conseguimos nas últimas edições. Mas o mais importante para nós é manter um nível muito elevado de especialização e qualidade, tanto para visitantes como para expositores, porque esse é o valor acrescentado pela Autopromotec e uma das principais causas que contribuem para atrair as pessoas. Ainda assim, não há uma dimensão específica que queiramos atingir: estamos satisfeitos com o nível de crescimento da Autopromotec, que atingiu um patamar muito bom com uma área atual de 150 mil metros quadrados.

O que destaca na feira deste ano? Quais as principais novidades?

A organização de vários eventos paralelos e iniciativas aumentam ainda mais a vitalidade da feira. A Autopromotec é conhecida tanto pelo que oferece em termos de produtos e inovações propostos pelos expositores mas também pelas iniciativas que temos capacidade de organizar em todas as edições e que são uma mais-valia para quem nos visita. Em 2013 vamos ter também um polo de diagnóstico dedicado a este tipo de equipamentos porque notamos um aumento na procura de espaços para estas empresas. Os visitantes vão tambem ter a tradicional divisão das zonas por áreas para que as pessoas façam a visita consoante as suas necessidades. Vamos também ter a zona exterior dedicada ao setor do car wash, designada Autopromotec Filling Station Equipment e, além dos pavilhões dedicados aos setor das peças, vamos ter uma zona na rua dedicada aos pesados.

Estão previstos eventos, conferências, demonstrações ao vivo? O que é que os visitantes não podem perder?

No último ano introduzimos o AutopromotecEDU, um local para alargar a área de serviços e pós-venda. Este evento vai acontecer tambem este ano. Uma nova iniciativa muito importante vai ser o IAAM13 (International Automotive Aftermarket Meeting) como parte do AutoptomotecEDU: vai ser um evento global conduzido por associações internacionais e os melhores especialistas do setor. O objetivo é traçar as oportunidades de negócio que existem hoje e que vão existir no futuro em países emergentes como os BRICS. Vão também ter lugar encontros B2B para que seja possível mostrar o caminho certo para entrar nesses novos mercados.

A presença de empresas vai aumentar este ano?

Estamos a trabalhar para manter, mas sempre olhando para um crescimento sustentável em relação às edições anteriores. Mas o mais importante é a aposta na qualidade. Os visitantes são apenas profissionais do setor do aftermarket que vêm de todo o mundo. Na última edição, em 2011, durante os cinco dias, tivemos 103.666 visitantes, 18.524 dos quais internacionais (um crescimento de 11% face a 2009). Nesta edição esperamos aumentar o número de visitantes internacionais em resultado da forte promoção que fizemos no estrangeiro, graças à colaboração com órgãos de comunicação social e associações. O aumento de expositores é esperado especialmente de fora da Europa. Em Itália, por exemplo, o mercado está numa fase madura e não esperamos um grande crescimento.

Em relação a empresas portuguesas, quais sao os números esperados para este ano?

O número de expositores portugueses foram 4, menos do que em 2011. Infelizmente temos noção que a crise que afeta os países da Europa do Sul tem influência nestes números.

Qual o papel de pequenos países como Portugal no aftermarket?

Portugal tem algumas fábricas de construtores automóveis. À volta delas é sempre construído um cluster e aí há hipóteses para outras companhias (OEM) terem acesso a negócio. Graças ao custo laboral em Portugal e à situação financeira complicada, a atividade é pouca mas isso pode ser uma vantagem para novas fábricas automóveis e para toda a indústria.

Quais os desafios de organizar uma feira como esta?

A participação em feiras profissionais internacionais representa hoje uma grande oportunidade para as empresas terem acesso a mercados específicos e perceber as suas dinâmicas, além de conhecerem e contactarem diretamente compradores de outros países. Além disso, o marketing, os folhetos e a informação que é possível recolher durante estas feiras é fundamental para a visibilidade das marcas e dos seus novos produtos. Hoje, o mais importante nas feiras internacionais é que são os únicos sítios onde as empresas podem ter acesso a todas estas atividades. No entanto, continuam a ser necessárias ações de apresentações de produtos, especialmete nesta altura mais difícil economicamente onde é fundamental por em contacto empresas e compradores. E é isso que a Autopromotec oferece a visitantes e expositores.

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